O
território de Grossos foi intensamente disputado, em demorado conflito
judicial, pelos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Sua área era
reivindicada pelo Ceará que transformou em vila ,desmembrando-se do
município de Aracati.Começava ai uma grande batalha judicial, com o Rio
Grande do Norte decidindo lutar pela localidade. No dia 17 de Julho de
1920, depois de três acórdãos do Supremo Tribunal Federal, finalmente o
RN venceu a questão e assumiu definitivamente seus direitos sobre o
território de Grossos. Exatos 33 anos depois da localidade passar a
pertencer legalmente ao Rio Grande do Norte, no dia 11 de Dezembro de
1953, através da lei 1.025, Grossos, juntamente com o distrito de Tibau se desmembraram de Areia Branca,tornando-se município .
Grossos está
localizada na região Oeste do Estado na porção salineira, a 324 km de
Natal, ocupando uma área territorial de 139 km2, onde residem 9.886
habitantes segundo o IBGE.As praias quase inexploradas ainda são sua principal atração:Pernambuquinho, Gado Bravo e Areias Alvas são verdadeiros cartões-postais.
O
artesanato trabalha com arte de desenhos dentro de garrafas, a partir
de areias coloridas. As atividades econômicas mais importantes além do
Turismo, são a pesca, o cultivo do coco e a extração de Sal e Petróleo
são as principais fontes de renda do lugar.
O MOINHO HOLANDES
O
moinho Holandês chegou aqui no Brasil por volta do século XVII, com o
ciclo da cana de açúcar, trazidos pelos holandeses nas suas grandes
caravelas, estes foram os principais responsáveis pelas instalações das
empresas açucareiras da colônia, daí o nome Moinho Holandês. Com a ajuda
deste país, durante o século XVII, o Brasil tornou-se um dos maiores
produtores, se não o maior produtor de açúcar do mundo. Os holandeses
chegaram por aqui mais precisamente em 1633, aqui ainda não era Rio
grande do Norte, mas sim, fazia parte da Capitania do Rio Grande, esta
era composta pelas regiões que hoje conhecemos como Rio Grande do Norte,
Ceará e Paraiba.
Esses
moinhos financiados pelos holandeses eram utilizados na prensagem da
cana-de-açúcar para a obtenção do açúcar que era vendido na Europa pelos
próprios holandeses, não é demais lembrar que em 1642 os holandeses
também foram responsáveis pelos massacres conhecidos como Cunhaú e
Uruaçu, que dizimaram quase todos esses índios da região.
Em
1654 os holandeses foram expulsos do Brasil, onde foram cultivar açúcar
nas Antilhas (América Central), onde na ocasião produziram um açúcar
melhor, com isso, no Brasil chegava-se o fim do ciclo do açúcar, com
isso, os moinhos que ficaram por aqui, deixados pelos holandeses, foram
ficando sem utilidades e posteriormente danificados ou destruídos com o
tempo.
Nessa
mesma época, com as missões de ocupações do território brasileiro pelos
portugueses em parceria com os espanhóis – união Ibérica – aconteceu a
descoberta do “diamante branco”, - o sal - pelo espanhol Gideon Morris,
logo percebeu-se a necessidade de transportar água do mar para “baldes”
para a cristalização e produção do sal.
Conta-se
que um dos marujos do barco comandado por Gideon, teria dito “como
pode, no meio de um lamaçal desse, surjo, escuro, imundo, cria-se um
negócio desse, tão limpo, branco e brilhante”.
O
sal era encontrado em grandes extensões nas proximidades do rio Apodi –
Mossoró sem nenhuma forma de participação da ação do homem. Porém com a
crescente utilização desse produto, logo percebeu-se a necessidade de
se construir reservatórios onde pudessem armazenar água do mar, pois sem
a intervenção do homem só se tinha sal uma vez por ano, ou seja, na
estiagem.
Só
em 1901, foi criada a primeira salina na, até então ainda, Ilha de
Grossos, a salina Marisco, em seguida a Salina Maranhão, no mesmo ano a
Piabinha e logo em seguida a Salina Caenga. Com o crescente comércio do
sal, houve a necessidade de recursos “modernos” para um maior
bombeamento de água do mar para os reservatórios cristalizadores, que
nessa época eram chamados de “baldes”.
Foi
aí que alguém lembrou dos moinhos holandeses, na Holanda havia muitos
moinhos que tinham outras utilidades além de bombear água.
Esses
moinhos foram comprados, desmontados e transportados por navios e trem
até a salina Piabinha, onde em seguida era montado.
O
principal moinho da Ilha de Grossos foi inaugurado na Salina Marisco
aproximadamente em 1905, pela Companhia de Comercio, indústria e
Navegação. Este moinho foi montado pelos carpinteiros; João Benedito,
Joaquim Rodrigues, Francisco Borges e vários ajudantes.
Por fim, este moinho ficou em atividade até meados dos anos 50, quando foi substituído por motores a diesel.
Após
sua substituição pelos motores, o moinho ficou sem utilidade, passando a
ser apenas um monumento histórico para nossa cidade. Devido ao contato
direto com as águas do mar e a inexistência de manutenção, o moinho foi
se danificando, aonde chegou a perder quase toda sua exuberância, porém a
partir de 2003 o Pode Executivo Municipal, juntamente com o Ministério
do turismo, empreendeu um projeto de e trouxe de volta o majestoso
Moinho Holandês. O moinho tem aproximadamente 15 metros de altura e 11
metros de diâmetro. Porém somente em 11 de dezembro de 2009, data também
que Grossos completou 56 anos de Emancipação, foi feita oficialmente
sua reinauguração.
Fonte: matematicadeaula.blogspot.com
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